Mulheres e Costumes do Brasil

sexos e de diversas raças, que vinham cumprimentar S. M., outras solicitar-lhe algum favor.

Num estrado que dominava a galeria, músicos de todas as nuanças de pele (se não me engano o regente era um mulato) executavam trechos da Judia e da Filha do Regimento. O imperador do Brasil é sem dúvida o soberano que se pode abordar mais facilmente. Não o cercam nem guardas pessoais, nem ajudantes de ordens, nem mestres de cerimônias que se coloquem entre ele e seus súditos. A etiqueta teve o bom senso de afastar-se nesse caso, e nem ao menos faz-se preciso levar uma carta de audiência.

Duas vezes por semana, às quartas-feiras e aos sábados, todo o mundo, sem distinção, é autorizado a atravessar os umbrais da morada imperial. Em S. Cristóvão há tanto eleitos como reclamados.

Espera-se de pé na galeria, e cada um por sua vez, os brasileiros como os estrangeiros, têm facilidade em aproximar-se do imperador.

S. M. estende a sua mão àqueles que manifestam o desejo de beijá-la, e escuta todas as comunicações que lhe são feitas, com delicada atenção. A galeria de S. Cristóvão e a ausência do cerimonial fizeram-me naturalmente pensar no carvalho de Vincennes, a cuja sombra S. Luiz fazia justiça.

D. Pedro II não costuma julgar como o rei de França, porém acolhe com bondade os pedidos e as queixas dos visitantes, quaisquer que eles sejam. Nesse dia S. M. tinha à mão um maço de papéis que alguém