lhe trouxera. Pretende-se que d. Pedro leia ele mesmo todas as partes que recebe. Quantos presidentes de tribunais e prefeitos haverá na Europa capazes de fazer o mesmo?
O papel do imperador constitucional nem sempre é agradável, como se vê. Entretanto, oferece certas regalias nada de desdenhar. Assim, essa condescendência de d. Pedro, longe de ser dispensada em pura perda, conquista-lhe mais corações que o luxo das recepções oficiais e o prestígio da vitória.
Afirmarei, nesse propósito, que as festas são raras, muito raras, no palácio imperial. Isso provém da modicidade da lista civil conferida ao "defensor perpétuo do Brasil" e da avidez afrontosa do seu séquito.
Cabe a d. Pedro uma lista civil de 800 contos de réis, ou sejam 2.400.000 francos.
Não se poderá viver principescamente com essa soma, e ainda menos manter abertos os salões de bailes e de festas. Tanto mais que pessoalmente o imperador e a imperatriz são muito caritativos.
Se não me falha a memória, a última festa realizada na corte data de 1852. Por questões de economia, que no presente se compreende, houve a ideia de restaurar-se o mobiliário da coroa. Esse mobiliário, seja dito em verdade, estava disso muito necessitado. O restaurador, tipo infelizmente tradicional, não trepidou em atochar de palha, em vez de crina, os canapés e as poltronas. Em seguida apresentou uma conta de despesas