livre, o tio pode contar com o devotamento absoluto de Gregório.
O pajé não respondeu e o escravo caiu de novo no gramado.
Esse ato humanitário, executado em comum, teve como consequência a supressão de qualquer preâmbulo ocioso e colocou a conversação em seu verdadeiro terreno — o da confiança.
Depois de lastimar que o tio Barrigudo tivesse caído nas mãos dos capitães-do-mato, ajuntei que eu o julgava dotado de bastante coração e inteligência para que um dia se reconciliasse com a civilização.
Esta palavra fê-lo estremecer.
O seu amor feroz pela liberdade explodiu logo nesta exclamação que ele proferiu com um ronco surdo do peito:
— Ah! a civilização! Tenho-a encontrado mais de uma vez em meu caminho. Os brancos trazem-na no canhão e nos fuzis e a lançam voluntariamente no deserto, acompanhando a mentira, a espoliação e o homicídio.
Todo o orgulho, toda a raiva que pode conter a alma de um índio ressumava nessas palavras.
Naturalmente pretendi reabilitar aos seus olhos a raça branca, mostrando o magnífico papel de iniciação que ela ocupa no mundo.
O bem-estar que se goza nas cidades e que se ignora nas florestas é uma das suas conquistas pelo trabalho. A liberdade mesmo, essa liberdade que