As palavras dos dois soldados deram-me o que pensar, porque explicavam, até certo ponto, o oferecimento da cachaça ao escravo ferido e a troca de olhares que me pareceu ter havido entre tio Barrigudo e Gregório. O que acabava de dar a essas palavras um sentido preciso foi uma expressão de inquietude que eu vinha de surpreender nos olhos do botocudo, no momento em que o meu amigo se encaminhava para a floresta.
No entanto ...
A ideia de uma combinação entre um índio e um negro era absurda demais para ser admissível.
Vejamos. Supondo que esses dois homens, que se desconheciam na véspera, estejam agora unidos por um mesmo sentimento de rancor, supondo ainda que, por uma extravagância, eles tenham conseguido fazer uma combinação, como e onde acabaria a conspiração de um velho e de um moribundo acorrentado?
Ainda mais, a intervenção do botocudo armado que guardava o mato, como poderia realizar a esperança dos dois prisioneiros?
O índio dará o seu tiro, admitimos; matará um dos capitães. E depois?
Sem contar Manuela, que assim mesmo sabe manejar um fuzil melhor do que qualquer de nós, pondo de parte os escravos, seríamos ainda três homens em face de um agressor.