Sob a influência desta ideia, esqueci-me de que a astúcia e a coragem são os característicos da natureza indígena.
O próprio tio Barrigudo encarregava-se de mo recordar.
Recomeçou com dobrada energia:
— Que o meu filho branco guarde estas palavras do pajé botocudo. Nunca existirá uma aliança entre os opressores e os oprimidos. Entre as nações indígenas, há umas que foram aniquiladas até o último varão, outras submeteram-se, e outras ainda estão dominadas pelo terror. Nós outros, fomos particularmente perseguidos, sitiados, massacrados, porque somos mais valentes e a independência nos é mais cara do que a vida.
O nosso ódio não pode nem crescer nem se extinguir. Enquanto houver um botocudo de pé, esse botocudo marchará pelo caminho da guerra. Os brancos e os mulatos possuem armas de fogo que lhes facultam quase sempre a vitória. Mas os pele-vermelhas receberam do Criador dos seres a astúcia e a paciência. Depois, Taru é um deus terrível, mas justo, e Taru é o deus dos botocudos.
Que se tem dito da estupidez radical, irreprimível desses índios? É como o idiotismo, ou a inferioridade absoluta da raça negra.
Consultem, a este respeito, M. Du Chaillu e o Dr. David Livingstone.