A linguagem de tio Barrigudo provava que a natureza não tratara os botocudos como filhos deserdados. Mostrava superabundantemente que os adoradores de Taru não são tão desprovidos de inteligência como pretendem incutir certos tratados e certas referências do governo brasileiro.

O pajé era um dos principais personagens da nação. Possuía ainda mais a experiência da idade e uma estada de quatro anos na aldeia Barra do Salgado, o que não havia, sem dúvida, contribuído pouco para o desenvolvimento das suas faculdades. Tudo isso é verdade. A natureza dotara-o generosamente; pondo de parte as suas prevenções sistemáticas, era um espírito são e vigoroso.

Representaria uma exceção?

Pode ser, mas então esse conceito terá de ser justificado.

Soube mais tarde que todos os esforços tinham sido envidados na aldeia para apanhar o velho chefe, na convicção de que um tal auxiliar agiria poderosamente no caráter feroz dos seus companheiros. Entretanto, todas as antecipações, todas as predições tinham fracassado contra a lógica racional do "advogado-vermelho".

Dizia ele:

— Recusamos o bem-estar que nos ofereceis. À vossa civilização opressiva preferimos a existência livre das florestas. O trabalho das cidades não foi feito