ou vender esses descendentes como cabeças inúteis ou nocivas do seu rebanho humano.
O filho reconhecido como igual ao pai, é o que seria justo e equitativo.
Infelizmente não se dá esse caso, e o filho da escrava, mesmo emancipado, ressente-se, toda a vida, da sua origem vergonhosa.
Este odioso preconceito, que o trabalho de D. Pedro I consagrou, criou raízes profundas na raça.
Perguntem ao mendigo dos Açores ou ao sertanejo do Rio Grande, assim como ao fabricante de cigarros do Rio de Janeiro, ou mesmo ao cigano, se não desprezam soberanamente o mestiço?
A linha de divisão está marcada no Brasil. Tão identificada neste país, quanto em Richmond e em Nova-Orleans. Desejaria não precisar ajuntar: quanto em Washington.
A lei reconhece a aptidão dos homens de cor para preencher os empregos do governo.
Nos mais altos cargos encontram-se mulatos, é verdade. Mas a lei e o preconceito são dois poderes bem distintos, que é preciso não confundir.
A Constituição proclamou a igualdade dos cidadãos. O preconceito, mais forte que a Constituição, eleva uma barreira insuperável — até hoje pelo menos — entre os indivíduos que se diferenciam pela tonalidade da pele.
Dão-se dragonas, condecorações, títulos aos homens mestiços. Mas ninguém faz liga com eles.