trezentos anos, porém em um território habitado, quase às portas da cidade e no começo do século.
— O meu valoroso amigo refere-se aos acontecimentos da Fazenda das Três Virgens? perguntou o capitão Santa Maria.
— Exatamente.
— Pois bem, que o meu invencível amigo narre a lúgubre história. Por minha vez, e para reconhecer, segundo os meus recursos, a honra que nos fazem Sua Excelentíssima D. Manuela e os seus nobres companheiros, contarei depois a lenda da Lagoa.
Então o valoroso e invencível Valcoreal tomou a palavra.
— Há mais ou menos quarenta anos, a Fazenda das Três Virgens era habitada por numerosa família composta de pai, mãe, avós, dois rapazes e três moças. A beleza destas era proclamada desde São Salvador até o Espírito Santo. Por isso, inúmeros pretendentes suspiravam por elas, sem sequer chegarem a emocionar seus corações. A mais moça decidiu-se afinal a aceitar um esposo. Um rapaz de São Jorge conseguiu conquistar o seu amor e o casamento foi resolvido entre os avós. Na época fixada para a realização do ato, o rapaz e toda a sua família foram para a casa da noiva. Encontraram, porém, o fazendeiro e todos os seus na mais profunda desolação. Desde a véspera a moça havia desaparecido. Renuncio a descrever o desespero do moço apaixonado.