Mulheres e Costumes do Brasil

Bateram os matos, organizaram mesmo uma excursão à floresta, porque corria o boato da aparição de botocudos pelas vizinhanças. Todavia, não se encontrou nenhum selvagem, e foi preciso que se resignassem a chorar a perda da donzela, sem saber o fim que teria levado. Ela acabava de completar dezesseis anos. Passaram-se vários meses. Por sua vez, a filha mais velha do fazendeiro apaixonou-se pelo herdeiro de um rico senhor de engenho das proximidades. Uma tarde, a moça e o seu futuro esposo passeavam não longe de casa. À hora do jantar, os irmãos da moça, vendo que eles não apareciam, foram ao lugar que os dois amorosos costumavam buscar para se entreter mais à vontade. Horroroso espetáculo apresentou-se aos seus olhos. Um cadáver ensanguentado jazia ao pé de uma árvore. Era o filho do senhor de engenho. Quanto à jovem, os seus irmãos não mais a encontraram. Em vão envidaram todos os esforços para salvar a vida do rapaz. Uma flecha lhe tinha varado o coração. Expirou sem dar uma palavra. Em vão, também, pediram socorro a todos os caçadores das redondezas, e um bando de "soldados da conquista" (índios civilizados) embarafustou pelo mato a dentro. Os selvagens tinham desaparecido como que por encanto, sem deixar traços de sua passagem.

Quando se deu o rapto da filha mais moça, o fazendeiro desconfiou de algum inimigo de sua família como capaz de ser o autor do crime. A flecha de