Mulheres e Costumes do Brasil

Uma tocante tradição dos botocudos, conservada entre os antepassados da tribo, explica do seguinte modo o desaparecimento da ilha e a sua aderência atual à terra firme.

A expedição dos guerreiros contra as tribos hostis dos mucunis, dos panhamés e dos capochos tinha sido das mais felizes. Realizou-se uma grande caçada de magníficos resultados.

Corpos de veados, de guaribas, de tamanduás, de cuguardos, de jaguares, estavam amontoados em uma piroga com galinhas sultanas, pacas, socós, lagartos e larvas repugnantes. Via-se mesmo, entre as vítimas destinadas ao festim, um jacaré de grandes dimensões, arpoado pelos pescadores da tribo. Porque tudo o que tem vida é destinado ao apetite voraz dos botocudos.

A ilha produz em abundância a amêndoa dos lecythis, muito apreciada pelos selvagens (embora este fruto oleoso produza, segundo dizem, a horrível doença chamada elefantíase), a issara, a vagem do ingá, o palmito e o delicioso tubérculo conhecido pelo nome de cará do mato.

O festim tem de ser alegre, porque as provisões abundam e os guerreiros não têm a deplorar senão a perda de pequeno número de seus companheiros.

A piroga abandona a margem, levando, com os animais mortos, Cacimuru, o chefe dos botocudos, as suas sete esposas, sua filha Miranha, Macaé, o amante de Miranha, Jojuiam e Bebji, pai e irmão de Macaé, Taíra, mulher de Bebji, e Pejaru, o mais sábio dos