Mulheres e Costumes do Brasil

a que Macaé apresenta é feita de um metal brilhante. Figuras bizarras cobrem-lhe as superfícies dos dois lados.

O grupo folgazão ia recomeçar as suas caprichosas evoluções, quando um sinal, vindo da margem, anuncia a hora do festim.

Todos saltam da água e se aglomeram junto aos dois amantes, para admirar a preciosa joia trazida por Macaé do fundo do lago.

— Escutai, disse o índio. Minha mão remexia na areia para procurar o humá de Miranha, quando uma voz harmoniosa chegou aos meus ouvidos. Notei então, diante de mim, uma mulher admiravelmente bela, que me disse: "Reparei hoje em ti, pela manhã, na piroga do chefe, e desejei que me amasses. Aí tens o batoque de Miranha. Leva-o. Mas não esqueças que, depois do festim, tens de me acompanhar ao palácio."

Esta declaração põe lágrimas nos olhos da virgem. Macaé procura consolá-la, jurando que o seu coração lhe pertence e não amará a mais ninguém.

— Esta noite nos uniremos, disse ao terminar. E nenhum poder me impedirá de dormir sobre o teu seio.

A tribo foi logo sabedora da singular aventura, e os comentários seguiram a sua marcha, como é facil de imaginar.

— É a mãe-d'água! declarou gravemente Pejaru, o chefe dos pajés.