com o líquido. Depois, justo quando eu pensava que ela ia beber o conteúdo da cabaça, abraça-me, enterrando as suas garras nas minhas espáduas.
— Mudei de opinião, declarou. Creio que sangue de macaco me trará mais benefício do que um gole de leite.
Imaginai o meu terror. Sem mim, o jaguar, abandonado pelos irmãos, morreria na floresta. Salvo-lhe a vida, e em troca dos meus serviços ele se apressa em me devorar. Ó ingratidão dos animais! Felizmente pude fugir ao seu ataque, mas deixando-lhe sempre alguns farrapos da minha carne. Ajudai-me, senhores, a pensar o meu ferimento, e vos darei a cabaça cheia de leite que está no fundo do meu saco.
A cascavel tornou ao guaicuru:
— Vês, disse ela, por todo o mundo, entre homens e animais, o bom é a presa do mal. Não te lastimes, portanto, de sofrer a lei comum e prepara-te para morrer.
— Ai! ai! ai! gritou o macaco. Minha espádua dói horrivelmente! Senhores, por favor, lavai-ma com algumas gotas de leite.
— Na verdade, se eu bebesse o leite deste estúpido quadrumano... murmurou o réptil. O sangue do homem parecer-me-ia melhor depois.
E relaxando os anéis, que já apertavam furiosamente o pescoço do cavaleiro, deixou-se escorregar para baixo do cavalo e aproximou-se do macaco.