No entanto, os jogos recomeçaram. A festa devia durar três dias, e uma injúria feita à familia do chefe não podia privar os guerreiros dos prazeres com que contavam. Quando a lua começou a clarear o cimo da floresta, cada botocudo preparou o seu leito de folhas secas e deitou-se ao pé de uma árvore.
No dia seguinte, os guerreiros estavam reunidos num tapete verdejante. Formavam um círculo em volta de dois grupos. O primeiro era formado pelo grande chefe Cacimuru, dois outros chefes subalternos que lhe serviam de testemunhas e a mais nova de suas esposas, a orgulhosa Caraíba, cujo lábio mantém horizontalmente a argola que o adorna. Do outro lado estavam Jojuiam, Bebji e Taira, de faces rosadas e olhos longos e divergentes, como os dos mongóis, a exibir vaidosamente o seu humá e a desafiar com o olhar a companheira do chefe. Jojuiam tem igualmente suas duas testemunhas.
A triste Miranha está sentada à parte. Enquanto seu pai se prepara para vingar a afronta feita à sua família, a esposa abandonada, apertando a cabeça entre as mãos, chama baixinho pelo belo Macaé, que ela não pode deixar de querer.
Bebji dirigi-se a Cacimuru:
— Temido chefe de nossa nação, ontem provocaste meu pai Jojuiam para um combate singular. Estás, porém, ainda forte e vigoroso, enquanto que Jojuiam tem já o dorso curvado e as mãos trêmulas. A partida não será, por conseguinte, igual entre os dois.