Peço para tomar o lugar de meu pai. Sustentarei contra ti, chefe terrível, a honra de meu irmão ausente, enquanto que Taira, minha esposa bem amada, se medirá com a tua companheira Caraíba.
— A substituição é justa, declararam as testemunhas de Cacimuru.
Uma dessas traz na mão um feixe de longas varas acabadas de cortar da floresta. Cada combatente recebe uma e se coloca em seu lugar.
Começa então a luta oratória tão familiar entre os heróis de Homero, e que sempre precede ao combate. É a exposição das queixas do ofendido. É a justificativa do desafio que faz aos companheiros, verdadeiros juízes da questão.
— Pensais, ó guerreiros, perguntou ao terminar, — que o meu desgosto tem fundamento?
— Tem, respondem os botocudos.
No mesmo instante, Cacimuru vibra a sua vara e deixa-a cair por várias vezes nas costas do adversário. Este, valente entre os valentes, recebe os golpes sem opor a menor resistência, porque é esse o costume estabelecido antigamente entre os aimorés e transmitido por esses índios aos seus descendentes, de deixar o ofendido ferir primeiro o inimigo, até que este tenha o direito de reagir em legítima defesa.
Este direito acaba de ser adquirido pelo irmão de Macaé. Bebji dirige-se, por sua vez, aos guerreiros:
— Companheiros de guerra e de caças! brada ele. Um grande ultraje foi feito ao chefe Cacimuru por