traição, despedaçados pelo mais covarde, mais implacável dos egoísmos — o egoísmo fraternal, mas contudo orgulhosos demais para aceitar uma piedade injuriosa.
Todos, fugindo de uma terra madrasta, vêm procurar do outro lado dos mares o x misterioso que contém o segredo do seu destino. Pois bem. No meio dessas almas amortecidas, porém não desencorajadas, não é raro encontrarem-se individualidades notáveis. São aquelas cujos erros — ou pecados, se o quiserem — procedem duma necessidade irresistível de interrogar a vida, e as quais, ávidas de conhecimentos, esgotaram de um só trago a taça de todos os embriagamentos terrestres.
As pessoas de ordem e de costumes regulares têm-nos apontado esses jovens sequiosos de emoções sempre novas e cuja curiosidade ardente os arrastava à perdição.
Somos de opinião que não se deve julgar com demasiado rigor organizações excepcionais, cujas qualidades e defeitos as levam igualmente através de caminhos extravagantes até ao termo fatal — a expiação!
É, sobretudo, neste caso que a expiação será fecunda. Têm-no demonstrado os acontecimentos de cada dia.
Acontece frequentemente, em Paris, que um filho de família, levando a vida à rédea solta e jogando, ainda na véspera, o ouro pelas janelas, desaparece de repente, arrastado por um tufão invisível.