Não é mais avistado nas primeiras representações, nem nas corridas, nem nos recantos da moda. É evidente que ele já não está em Paris. Para onde foi então? Sua última amante ignora-o inteiramente. Seus amigos, ou antes seus companheiros de prazer, não estão melhor informados. O caso começa a agravar-se.
Seu alfaiate mesmo não sabe o que lhe aconteceu. É isso que dá à brusca desaparição do vivedor um caráter inquietante.
Uns pretendem que ele fora esconder no fundo de um principado, ou em algum canto perfumado da Itália, uma felicidade que prefere ficar incógnita.
Até que enfim!
Mas, nestas circunstâncias, por que desconfiar de seu alfaiate a ponto de não lhe deixar o endereço? Traja-se a gente com menos elegância, simplesmente porque está amando? Seria grande tolice. Uma sobrecasaca de Carlsrühe e um colete de Como jamais substituiriam, a um elegante inteligente, o colete e a sobrecasaca cortados por tesouras parisienses.
Outros prenunciam coisas sinistras. O rapaz está arruinado! Fugiu, só o diabo sabe para onde.
Como, segundo as ideias correntes, não se fica eternamente amoroso, a segunda explicação prevalece. A ausência prolongada do fugitivo é plenamente justificada por uma bancarrota sem saída.
Quem sabe então, ter-se-ia suicidado?