alçado sobre um pedestal que tem piedade do popular que passa à sua frente.

Confesso que essa pose me revoltou e não pude perdoar ao Esquilo das Ardennes uma tal presunção.

— Mas, disse-lhe em tom gracejador, não estás tão absorvido pela tua felicidade para que não te ocupes um pouco dos miseráveis. O amor não te impede de pensar na febre amarela e...

Ele interrompeu-me com um gesto magnífico.

— Tenho medo da febre amarela. Mas não é por mim. Tremo por dias que me são caros. Eis por que desejo afastar-me do Rio.

Sua voz estava alterada ao proferir tais palavras. Decididamente Justino não afetava. Era verdadeiro na sua alegria orgulhosa como nos seus receios.

Ignoro se ele adivinhou a natureza da minha primeira impressão. Recomeçou, porém, em tom mais modesto, como se quisesse ser perdoado dessa superioridade que a felicidade nos traz.

— Sabes, por acaso, se já não sofri bastante na Europa? Deus devia-me uma compensação. Deu-ma enfim. Oh! É singular a minha história. Terás ocasião de ver a minha duquesa bronzeada, a valente, a bela, a corajosa Manuela, filha do sol ardente! A propósito, há quanto tempo habitas o Brasil? Perguntou-me bruscamente.

— Há dois anos.