Mulheres e Costumes do Brasil

grandes armazéns comerciais recebem muito regularmente a sua correspondência, sobretudo os que a mandam buscar por um caixeiro e os que, mais previdentes ainda, têm o cuidado de a fazer endereçar ao consulado do seu país. Não acontece o mesmo com os infelizes — e são tão numerosos — cujos correspondentes europeus, por economia, confiam as suas cartas a navios mercantes. O paquete inglês exige 1,50 fr. na partida e outro tanto na chegada, para cada pacote de um peso determinado, que ele recebe para transportar (2). Ora, três francos já representam dinheiro, e a maior parte das pessoas opinam pelo mais barato, isto é, empregam o auxílio dos navios de comércio.

Para os exilados dessa última categoria, o carteiro é quase um mito. Não têm, pois, que estranhar se se passarem semanas e meses do dia em que a carta que esperam tão impacientemente lhes deveria ter chegado às mãos. Que fiquem contentes por serem bem servidos, porque muitas vezes o papel, cuja remessa já lhe foi anunciada, escapou à vista do empregado. É então um amigo que se encarrega de avisar o destinatário que um pacote, encontrado por acaso, solicita sua visita ao correio nacional.

Em caso de reclamação, eis o que se passa: o funcionário subalterno remexe açodadamente os montes de papel expostos diante dele, e de ordinário, depois de rápido exame, declara sem fundamento a reclamação.