contestável faziam-se mesmo pagar a dez, 15 e 20 mil réis. O seu orgulho revoltou-se, pois, diante do oferecimento inferior que lhe faziam.
— Eu não sou professor que faça abatimentos, observou ele secamente.
E mandou passear os dois discípulos.
Um segundo anúncio trouxe à sua casa um senhor de certa idade, que depois de muitos cumprimentos, entrou no assunto:
— O senhor, que é professor de música e francês, deve conhecer um instrumento de invenção recente, que se chama saxofone.
— Conheço, respondeu Fruchot.
— Ah! Muito bem. É verdade que o saxofone, menos pesado e menos incômodo que o trombone, emite sons mais enérgicos e de melhor sonoridade?
— É verdade.
— E que por isso as bandas militares em França o adotaram?
— Também é verdade.
O brasileiro, evidentemente satisfeito com as suas informações, recomeçou, com um sorriso de confiança:
— Um mestre ilustre como o senhor não se incomodaria de dar lições de saxofone?
O honesto Fruchot hesitou um pouco antes de responder. Julgava-se vítima de uma mistificação. Essa predileção pelo saxofone parecia-lhe singular, quando se poderia aprender o violino ou o piano.