a uma moça de Mangaratiba, casada com um rapaz de Parati. Esta serenata durou uma parte da noite. Durante muitas horas, a mocidade do município vizinho insultou impunemente a nossa com o barulho espalhafatoso dos seus instrumentos. O ultraje chegou-nos ao fundo da alma; porém tivemos de engoli-lo calados, visto não possuirmos nenhum professor de música em Parati, apenas alguns modestos violões.
Desde que o seu anúncio apareceu, o nosso conselho municipal reuniu-se para deliberar. O subdelegado, o juiz de paz, o mestre-escola foram chamados para dar opinião. Uma resolução foi tomada por unanimidade. Um francês, professor de piano e violino, não poderia ignorar o saxofone. Por isso, mandaram-me ao Rio com plenos poderes para convencê-lo a ir a Parati. Compreenda, portanto. Trata-se da honra do nosso município, da nossa própria honra, para não mais ficarmos expostos, sem nos podermos vingar, das excursões noturnas dos trombones de Mangaratiba.
O alemão arriará o pavilhão diante do francês, e ficará com o nariz tão comprido quanto o seu próprio instrumento, se o senhor quiser ensinar na nossa cidade. Todos os discípulos do estabelecimento do meu genro aprenderão saxofone. A mocidade do município seguirá o nosso exemplo patriótico.
Temos muitas moças de Parati casadas com rapazes de Mangaratiba. No dia em que os seus discípulos estiverem em situação de fazer uma tocata, eles