para sempre. Mas sossegue, meu caro senhor, sossegue. Não direi isso, continuou com um sorriso paternal. Ainda mais, por consideração ao meu excelente amigo Cavaillon, que se interessa pelo senhor, consinto em introduzi-lo na alta sociedade, onde abiscoito todos os discípulos. Mas com uma condição.
A condição proposta era a seguinte: o italiano, que se fazia pagar 15 mil réis por lição, arranjaria imediatamente para Fruchot aulas a cinco ou seis mil réis, e Fruchot dividiria a soma com ele.
O primeiro ímpeto do meu camarada foi de tratar o patife como ele o merecia.
Esse negócio inopinado para a exploração do seu talento revoltava-o, com razão. No entanto, a sua indignação não tardou em acalmar-se. Ele pensara que, uma vez conhecido, passaria bem sem o outro, e os seus discípulos viriam sem o intermediário italiano. Desde aí, esse não teria que tocar no fruto de seu trabalho. Fruchot, raciocinando assim, não contava com a avidez do sr. Panini.
— A condição que o senhor acaba de aceitar merece ainda algumas explicações, observou o cínico. A minha recomendação garante-lhe próximo sucesso. É, portanto, a fortuna, é a glória que lhe dou. A glória guardá-la-á para si, mas é justo que eu participe, de uma certa forma, e durante um tempo estipulado, da colheita dourada que o sr. vai fazer nos salões da alta roda. Por consequência, o sr. compromete-se, por escrito, a ceder-me, durante dois anos, a metade