foi chamado à responsabilidade; mas, a exemplo do marechal, absolvido.
Pouco após a última expedição de Braun, o exército foi ocupar um acampamento junto ao Arroio do Bote, e o ânimo sombrio que dominava as tropas era cada dia mais aparente. Os alemães, a maioria dos quais tinham sido induzidos pelos engodos e promessas do famigerado major von Schaëffer a trocar a sua pátria pelo Brasil, escolhiam já então o meio, na sua opinião, mais honroso de se libertarem daquelas cadeias, metendo uma bala na cabeça. Quase todos os dias ouvíamos no acampamento soar um tiro de fuzil e, sem que alguém procurasse indagar da sua causa, cada um afirmava logo de antemão, que mais um alemão se suicidara. Os brasileiros, para os quais a vida no Arroio do Bote era tão intolerável como para nós, não tinham, entretanto, a coragem precisa para, por este modo, se transportarem ao outro mundo e preferiam desertar aos bandos; ou para voltar aos lugares do seu nascimento, ou para se lançarem nos braços do inimigo, hipótese esta em que não tinham a recear perecer indignamente de fome, de miséria e de despotismo. Quando os alemães começaram a perceber que dos frequentes suicídios de nenhum modo lhes resultava vantagem, adotaram também, sensatamente, o processo dos brasileiros e desertavam sempre que para isto se lhes oferecia ocasião.