Deste princípio constitucional, tão desvairadamente renovado, partiam então, e ainda hoje partem, os brasileiros em geral, pois, até os filhos de pais portugueses nascidos no Brasil, supõem, na sua patriótica ilusão indígena, pouco ou nada deverem àqueles. A revolução de 7 de abril de 1831 deu exemplos terríveis desta verdade quase incrível. Os filhos declaravam, sem pejo, aos pais que ficariam assaz contentes se estes quisessem regressar à terra natal uma vez que os indenizassem da parte da fortuna que lhes cabia; certa vez ouvi um rapaz dizer: "Se eu soubesse que meu pai era um "pedrista" (partidário de D. Pedro), seria o primeiro que, com a ajuda de todos os santos, lhe cortava o pescoço!" (Textual) Na realidade, não se podem desejar mais amáveis sentimentos filiais — que benéfica política! Os pais portugueses reconheceram, pela mais dolorosa das experiências, o grande amor que lhes votaram os seus caros rebentos e, é certo, falavam de bofes lavados, pois, mais duma vez ouvi o pai europeu conferir ao filhinho transatlântico o título honorífico de "Filha da p... dum brasileiro!" (Textual). Na minha opinião, isto só é suficiente para apresentar um quadro eloquente da vida íntima das famílias excêntricas, em que, na linha dos ascendentes, cruzaram portugueses com brasileiros.
Para que baixos interesses, para que fins indignos, era aqui usada a palavra patriotismo! O