das mangas das jaquetas de chita dos descontentes.
Quanto mais se adiantavam os ponteiros do relógio do Estado brasileiro, tanto mais ruidosamente murmuravam os bandos, que bloqueavam ameaçadores as entradas das ruas. Ninguém acreditava mais nas promessas de D. Pedro; todos queriam saber os nomes dos novos ministros nomeados e, ao mesmo tempo, conseguir uma melhor garantia da manutenção da constituição. "É preciso mostrar a esta gente que não temos medo dela", gritavam alguns, "vamos para o Campo de Santana e dali, reunidos aos nossos patrícios, iremos cercar a quinta imperial, a fim de obter à força o que não nos querem conceder por bem!" E com isto toda a multidão amotinada precipitou-se para a praça principal da capital. Não tardou muito que ali se juntassem cerca de vinte mil pessoas, na maioria negros e mulatos, todos acusados pela forma já descrita. Eu contemplava o tumulto e nunca desejei mais do que então, poder lançar um olhar no futuro e conhecer antecipadamente o desfecho daquelas cenas ameaçadoras. Cedo, porém, devia se me desvendar o enigma: faltavam apenas poucos minutos e D. Pedro tinha perdido o seu trono.
No Campo de Santana a multidão popular agitava-se como um mar tempestuoso, gritando e berrando, pronta, a todo o momento, a marchar sobre São Cristovão. Entrementes, o imperador