assassinado com inaudita crueldade na própria cama. Então fugiam os oficiais que puderam; o coronel, porém, que com alguns fiéis ficara a implorar a cessação dos desmandos, foi escarnecido e obrigado a tomar parte na orgia promovida pelos sediciosos.
Depois disto, a maior parte das praças espalhou-se embriagada pelas vizinhanças, a saquear as tavernas e a inquietar com tiros de pólvora seca e de bala aos transeuntes, dando lugar a encontros sangrentos.
Enquanto sucedia tudo isto, o governo, e as autoridades militares e civis, deixaram passar o dia sem fazer o menor esforço pelo restabelecimento da ordem; pareciam esperar que a chama da revolta, não encontrando resistência, viesse a extinguir-se tranquilamente por si mesma; mas, ao contrário, ela alastrou com fúria crescente ainda na noite de 10 de junho, o 23° batalhão de caçadores, aquartelado no forte da Praia Vermelha, revoltou-se; também ali a sanha voltou-se contra o major agregado, o italiano Thiola, que se tornara odiado não menos pelas suas fraudes do que pela excessiva crueldade; foi literalmente feito em pedaços, sendo o seu cadáver mutilado lançado aos pés da esposa desmaiada. Durante este tumulto os demais oficiais fugiram, abandonando o forte aos rebeldes.
E na manhã seguinte, 11 de junho, levantou-se também o último, o 3° batalhão (teuto-irlandês) de granadeiros, aquartelado na própria cidade, junto ao campo de Santana. Movido de pavor, o comandante satisfizera aos alemães as suas exigências de soldo; apressaram-se eles em dissipar o dinheiro recebido em companhia dos camaradas irlandeses, e quando o vinho e a aguardente lhes subiu às cabeças, alguns dos mais exaltados os convidaram a tirar vingança dos brasileiros; os oficiais fugiram e o quartel, que forma por todos os lados um quadrado fechado, foi às pressas posto em estado de