História das guerras e revoluções do Brasil, de 1825 a 1835

agora em tiranos; a aristocracia agitava o cetro roubado.

Quando numa terra como o Brasil, uma terra do partidarismo, da superstição e da avareza, tantos se julgam aptos a governar, é inevitável que o resultado seja muito feliz; o povo baixo deixa-se, facilmente, induzir a violências, por meio de dádivas de dinheiro e de promessas; quem dá mais e mais promete é o mais digno de ser o timoneiro do grande lume do Estado. E se, então, o trono é ocupado por um imperador infante, cujo nome serve de manto à prática de muitas arbitrariedades, é impossível que as cousas corram bem. Agravava ainda mais a situação a atitude hostil do tutor e do regente, observando ciosamente um ao outro e, sem atenderem ao bem do Estado, caluniando-se e perseguindo-se mutuamente. Acrescia ainda que o general Barbacena, este baiano tão orgulhoso quão ambicioso, conseguia com o seu muito dinheiro um numeroso séquito de partidários, e apareceu como terceiro ator da grande comédia simiesca no palco brasileiro ou, para dizer melhor, dançava entre o proscênio e a orquestra.

Agora a revolução estava à porta; havia em todos os cantos conspirações e confabulações secretas. Se aquele trio se tivesse então unido, talvez, o império houvesse deixado de existir no Brasil, e aquele opulento e magnífico país estaria hoje mutilado e dilacerado, como a Itália; mas