História das guerras e revoluções do Brasil, de 1825 a 1835

todos os três queriam ser senhores e por isso nenhum o foi.

Em meio de toda esta confusão, os presos na Ilha das Cobras julgaram ser chegado o momento propício para, à força d'armas, recuperarem a liberdade. Irromperam das suas casamatas, desarmaram a guarda de inválidos, e fizeram-se senhores de todas as fortificações da ilha, situada bem em frente à capital. Com o auxílio de relações secretas travadas no Rio, pretendiam derrubar o novo governo, e um queria proclamar em seu lugar a república, outro a federação e um terceiro D. Pedro I. Alguns disparos de canhões reboaram da ilha para aviso dos rebeldes da cidade, e anunciaram à trêmula capital, quão longínquo ainda estava o término do derramamento de sangue. A guerra civil, com todos os seus terrores e horrores, parecia iminente; todos pegaram em armas, cada um queria, pelo menos, defender o quanto possível os seus bens e haveres.

Em qualquer caso o desfecho teria sido nefasto, se tivesse havido verdadeira concórdia entre os criminosos da Ilha das Cobras e os mulatos da cidade. Estes últimos, covardes por natureza, queriam esperar primeiro pelo que os seus aliados pudessem realizar sozinhos e, talvez, aguardassem antes uma boa ocasião para furtar e roubar, do que pensassem numa mudança do governo. Esta demora e estas vacilações deram tempo suficiente para que, no Rio, se reunisse a