História das guerras e revoluções do Brasil, de 1825 a 1835

mais possuíam senão os poucos mosquetes e sabres que, ou haviam arrebatado à guarnição de inválidos, ou jaziam enferrujados e imprestáveis num quarto da fortaleza. Destarte, todo o heroico empreendimento da imperial guarda civil brasileira assemelhou-se a um brinquedo de crianças, destes em que muitos dos meus leitores, certamente, tomaram parte na sua infância; chamam a este brinquedo de "ladrões e soldados", com a diferença apenas de que nele os soldados são habitualmente os vencidos e aqui o foram os ladrões.

A passo de carga avançou-se sobre a quase indefesa guarnição, com séptupla superioridade numérica, e o mais arrojado destes brunos heróis, o escrevente dum juiz de paz, foi o primeiro a escalar a muralha meio arruinada. No momento em que se dispunha a erguer triunfalmente vivas ao imperador e à constituição, uma bala varou-lhe o peito e cortou-lhe a palavra começada. Precipitado sobre as rochas que cercam a ilha, morreu pouco depois. Muito felizmente foi este o único sacrificado da parte da guarda civil que, então, de baioneta calada, penetrou por todos os lados no forte e o conquistou, quase sem encontrar um só adversário. A diminuta e desconcertada guarnição havia muito que se recolhera aos seus esconderijos, porquanto percebera, certamente, que na falta do esperado auxílio da cidade e dada a superioridade da força atacante, não teria louros