fielmente dedicados; podia contar com segurança com o seu auxílio, e só faltava uma cabeça sensata que iniciasse comunicações secretas na cidade e fosse apta para assumir o comando. Esta, pensou o tutor ter encontrado em um homem que, no Rio de Janeiro se fazia chamar de Barão de Bulow, mas conforme se verificou depois, não era barão e nem sequer pertencia à nobreza, e sim provinha duma família muito vulgar de Hannover, tendo na realidade o nome de Hoiser. Era um indivíduo aparentemente talentoso, mas igualmente embusteiro; sabia fazer-se entendido em quase todas as línguas europeias, se bem que em nenhuma fosse provecto; possuía o dote de, apesar da cabeleira vulpina e do aspecto nada atraente, se tornar geralmente querido; sabia fanfarronar bem e, quando preciso, mentir ainda melhor; manejava habilmente a pena, pouco se importando a que senhor servia; mas sabia tão facilmente lisonjear quanto se mostrar grosseiro — em resumo, era um homem que correspondia inteiramente aos fins do tutor. Anteriormente servira como oficial na guarda do rei Fernando II, de Espanha; mas, teve de fugir de lá por ter destruído uma sentença de morte lavrada contra um seu compatriota. Dirigiu-se então para Buenos Aires metendo-se ali nos negócios do governo; mas, como a república usasse de poucas cerimônias para com intrujões faladores, foi preso, encarcerado e condenado ao patíbulo. Entretanto,