História das guerras e revoluções do Brasil, de 1825 a 1835

- "Graças a Deus", dizia um ao outro, "vem chuva, hoje não há nada!"

Bastava, pois, um pouco de chuva para fazer adiar uma revolução. Que miséria, que insensatez! Quero pensar que quem se mete em semelhante empresa não se deve temer de algumas gotas d'água, se é que está deveras disposto a afrontar a morte. Mas, isto é outra vez bem brasileiro, genuinamente brasileiro. Em semelhantes revoluções, as bombas de incêndio representam o papel dos canhões.

Entretanto, nem todos os dias chovia e, certa manhã, correrias e tumultos desusados revelaram aos habitantes do Rio de Janeiro, ainda antes de completamente desfeitas as sombras da noite, que alguma cousa de extraordinário sucedia, que a revolta estava em pleno movimento. Por dois caminhos diferentes 'vieram os conjurados, sob a direção do citado pseudo-Bulow, marchando de São Cristovão e postaram-se no Campo da Honra, onde, assim que rompeu o dia, despertaram a Lima e aos seus consortes de tranquilo sono, com alguns disparos de canhão e gritos de "Abaixo o Governo!"

Os rebeldes tinham, provavelmente, esperado que, além da Guarda Permanente, ninguém mais se lhes opusesse; enganaram-se, porém: toda a guarda civil pegou em armas, por ordem do governo, e avançou forte de alguns milhares de homens contra o bando amotinado. Tentou-se primeiro