que a fragata nos ia meter a pique. Pálido e desanimado, o capitão jazia na sua câmara e o vinho espanhol não lhe queria saber; tremendo, encomendou a sua alma à misericórdia divina e, no seu terror, esqueceu-se de dar ordens ou de tomar qualquer providência para evitar o perigo. Os marinheiros voltavam consternados os olhos do espetáculo da natureza; não viram como a orgulhosa fragata, na espuma das vagas, qual um espírito irritado, passou por nós como uma seta, sentiram apenas o ligeiro abalo produzido pelo roçar das duas embarcações, e só depois de decorrido um quarto de hora foi que puderam aliviar, com um profundo suspiro, os seus corações oprimidos. Os brasileiros são, aliás, muito medíocres marinheiros; uma doutrina de predestinação não se adapta a um regímen marítimo regular; um marinheiro deve saber blasfemar tão bem quanto rezar; a oração, porém, não cabe no momento decisivo. Escapamos desta vez, felizmente, ao perigo.
Na manhã do décimo quinto dia, a fragata finalmente fez sinal de que avistava terra e, cerca de uma hora depois, também nós lobrigamos a costa arenosa do Rio Grande. Imediatamente, pararam os dois navios de guerra a fim de darem sinal aos transportes para a entrada no porto; quanto a eles, não podiam fazê-lo devido à pouca profundidade do canal, e tiveram de prosseguir na sua derrota para o sul, em demanda