Precisava distrair-me, precisava fazer rolar o íncubo que pesava horrivelmente sobre o meu peito — precisava respirar ar livre porque, no delírio da febre, eu tinha escolhido novamente à Liberdade para minha noiva. Por isso estimei que recebêssemos ordem de embarcar e que deixássemos a formosa Porto Alegre, para de novo arrostar o inimigo, que se aproximava por vaáios pontos. Nesta época, o comandante em chefe, marquês de Barbacena, fora chamado ao Rio de Janeiro e, a exemplo do general republicano Alvear, submetido a conselho de guerra que, entretanto, o absolveu. Na sua ausência, foi substituído pelo marechal Braun, que gozava do renome de bravura pessoal, mas não da estima das tropas. Os soldados alemães, que muito esperavam do novo comandante, a quem, aliás, podiam chamar de patrício e, sobretudo, possuía mais coragem e espírito de iniciativa, mostraram-se muito satisfeitos com a mudança; os brasileiros, porém, conhecendo e temendo a índole violenta do marechal, pensavam que ele os ia atirar a fatal extermínio. Os primeiros constituíam, entretanto, uma diminuta, parcela do exército, e por isso o espírito dominante no mesmo era-lhe, no conjunto, hostil. As muitas desventuras sofridas, a fome, as privações e fadigas da última campanha, a conduta despótica dos oficiais superiores, o êxito sempre infeliz de tantos esforços e sacrifícios, tudo isto estava ainda tão fresco