História das guerras e revoluções do Brasil, de 1825 a 1835

para si o melhor quinhão, como o leão da fábula. Mas, todas as considerações desta natureza, eram ociosas; o obstinado general tinha que satisfazer o seu capricho e o nosso exército que padecer fome e se aniquilar aos poucos.

Enquanto que, destarte, Fructuoso Rivera entretinha o governo brasileiro com sempre novas e tentadoras promessas, o seu pequeno exército engrossava, com tanto maior facilidade quanto maiores eram os subsídios que lhe eram enviados pelo império e pela república. Iludindo a ambas as potências, com as seguranças de sua dedicação e do propósito de correr em seu auxílio, no momento azado, servia-se não só do dinheiro como das provisões que assim obtinha em considerável quantidade, para manter bem animadas as suas tropas e consolidar cada vez mais a sua posição. Não obstante todos os esforços para determinar este atrevido partidário, que em terra representava papel idêntico ao de lord Cochrane quase contemporaneamente no mar, a se declarar por um dos governos hostis, Rivera conseguiu evitar, habilmente, uma demonstração franca dos seus verdadeiros intuitos, desculpando-se constantemente, com pretextos fúteis de se não ter ainda juntado ao exército, e continuava a ser o temido dilapilador das Missões. A justa cólera do marechal Braun chegou ao paroxismo; o velho Lecor teve de ceder e, por solicitação sua, de enviar, finalmente, um corpo de tropas contra Fructuoso