A organização nacional; Primeira parte – a Constituição

fundidos com os primeiros habitantes, numa pátria, dominada espiritualmente por um sentimento tradicional de unidade.

Entre as nacionalidades clássicas do velho continente, magotes adventícios, invadindo territórios, e remodelações consequentes de guerras e tratados, sem absorção e sem mescla, puseram, lado a lado, em cada país, grupos distintos. A França, a Alemanha e a Itália estão marchetadas de populações estranhas a seu tipo primitivo; todos os outros países apresentam, ainda, mais notáveis diferenças; mas, sem contar com certos povos asiáticos, entre os quais se encontram os casos menos pronunciados da nossa tese, o novo continente é um vasto laboratório, onde todos os elementos de raças, religiões, costumes e línguas se encontram e se aproximam, sob a proteção da mesma lei e da mesma autoridade, resistindo à fusão.

No Brasil, o descendente do primeiro colonizador português, e do africano, e do indígena e do italiano, e do alemão, e do eslavo ao lado dos atuais colonos de diversas origens, dificilmente encontrariam, em todo o conjunto dos elementos do critério tradicional em que assenta o amor da pátria, e ainda até na maior parte delas, solo para a raiz de um sentimento sério e profundo; e o Brasil é um país de colonização limitada e vagarosa.

Nos Estados Unidos, o herdeiro de um dos puritanos, ocupantes primitivos da Virgínia, é patrício do alemão recém-vindo e apenas iniciado na língua inglesa. Para o primeiro, a pátria é a terra do olmo de Washington, a paisagem da campina larga e virente, onde o general da Independência