O povo brasileiro não se alimenta; a parte média da população alimenta-se mal; os próprios abastados não encontram no país muita coisa que entra na alimentação dos civilizados, ou só as encontra de origem estrangeira e a preços caríssimos. Precisamos encarar e resolver, austera e praticamente, este problema elementar: fazer o povo produzir seu alimento, fazê-lo consumir alimento são e forte.
Um país que pode manter, de norte a sul, todas as indústrias pastoris — criação de gado, suínos, carneiros e aves, para suprir carne e laticínios à sua população inteira; produzir milho, arroz e outros cereais, feijões de várias espécies e mais leguminosas alimentícias, mandioca, legumes indígenas e estrangeiros, batatas, raízes e tubérculos nutrientes, cana, frutas indígenas e europeias, cocos, cacau, malte e café; que ainda possui magníficas variedades de caça (algumas das quais, em risco de se extinguirem, bem mereciam urgentes cuidados) e abundância de peixe, ostras, camarão e lagostas, não precisa importar nada para alimentar bem a gente do povo, e para base da alimentação de todos. Quanto a certos cereais europeus: o trigo, a aveia, o centeio, a cevada, cultiváveis no país, no entender de muitos, o que outros, e dentre estes os mais competentes, contestam (o Dr. Assis Brazil, por exemplo, que só reconhece a possibilidade da cultura do trigo em limitadas regiões do Rio Grande, com dúvidas, aliás, quanto à sua vantagem, no ponto de vista industrial) e certas frutas mais refratárias ao clima (cerejas, peras, etc.,) como também outras que podem dar aqui, porém não em quantidade suficiente e qualidade desejável para o