O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

parou, cristalizou-se e merecia ser assim carinhosamente conservada. Foi pensando nessa maravilhosa cidade monumento, a ser poupada, que transcrevi os tópicos principais dos dois capítulos de Burton.

A recepção foi sempre franca e cordial. O vigário, recebendo sua visita, escreve Mawe: "No estilo usual do cumprimento português, disse-me que a casa era minha; se estas palavras se verificassem eu ficaria de posse de uma das melhores moradias de Vila Rica".

Nas esquinas, à noite, viu ele grupos rezando diante de nicho com a imagem da Virgem, com velas acesas. Rezava-se a ladainha. Mas já em 1808 não era Vila Rica nem sombra de seu antigo esplendor. "Seus habitantes", diz Mawe, "com exceção dos negociantes, são sem emprego. Sua educação, hábitos e prejuízos hereditários tornam-nos incapazes para a vida ativa; perpetuamente acariciando projetos visionários de súbito bem estar, consideram-se isentos da lei universal da natureza, que ordena que o homem viva do suor do seu rosto". Descreve-nos a casa do toque, à qual eram obrigados a trazer o ouro em pó para ser fundido, em pequenas barras, que circulavam como moeda.

Pelas lojas só artigos ingleses, quase tão baratos como na Inglaterra (67).Nota do Autor Muitos alfaiates, sapateiros, funileiros, ferreiros, seleiros, sendo as selas muito superiores às do Rio de Janeiro. Não havia ourives; eram proibidos por lei em Vila Rica. Poucas verduras; o leite tão caro como em