CAPÍTULO XII
O INTERIOR: MINAS GERAIS
As zonas de ouro e diamantes do Brasil, desse ouro que se apanhava na lama das ruas, depois das enxurradas, desses diamantes, às vezes quase como ovos de pombo (astros fulgentes cercados de um sem número de satélites) que os rios arrastavam entre seixos rolados, atraíam como o Eldorado das lendas. Apenas Portugal permitiu que olhos curiosos pudessem devassar aquelas regiões, tantos anos ciosamente ocultas e defendidas, logo para aí acorreram os viajantes: mineralogistas, negociantes, simples turistas, muitos aventureiros. A permissão inicial obtiveram-na os ingleses, sendo, ao que declara, o primeiro afortunado explorador John Mawe. Depois, quando das catas e lavras se passou à mineração da rocha matriz, foram capitais e técnicos ingleses que aí se instalaram, e do que viram por Minas muitos generalizaram e disseram: costumes brasileiros, fazendas brasileiras, trajar brasileiro para o que era mais estritamente da grande província central. Mawe, Caldcleugh, Walsh, conheceram somente, do interior Brasileiro, essa região e são principalmente sobre Minas as impressões de Luccock, Burton, Wells, embora os dois últimos tenham descido o São Francisco e penetrado em porção mais ou menos extensa do território goiano.