O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

CAPÍTULO VIII

RIO DE JANEIRO: CERIMÔNIAS E FESTAS

Entre cerimônias religiosas, o teatro e raros saraus passava-se a vida do carioca. A vida intelectual, vedada aos brasileiros, como se fosse imperdoável crime, pelo cioso governo português, só se expandiu depois da Independência. O ensino secundario, o ensino humanístico, atingiu com o segundo reinado grande brilho, pelo carinho que ao colégio de seu nome dava o Imperador. Depois... desmoronou esse instituto, acompanhando-o na derrocada (ou arrastando-o no vergonhoso descalabro atual) os liceus particulares.

Os nobres de Portugal, como os fidalgotes do Brasil, tinham o maior despreso pelas letras. Entre os assinantes da Corografia Brasílica não havia o nome de um nobre que fosse. E já em 1820 comenta Caldcleugh : "A livraria no Rio de Janeiro é mau negócio. O stock fica muito tempo encalhado". Talvez por isso o número de livreiros, que era de dois em 1792, apenas dobrara em 1820. Os jornais desse ano estavam dando as novidades europeias... de março de 1819.

A Biblioteca Real, formada com os livros trazidos pelo príncipe regente de Lisboa, reunidos aos do conde da Barca, era aberta à livre frequência