O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

CAPÍTULO XI

O INTERIOR: O MARANHÃO

E O NORDESTE

Entre a imensa massa fluvial da Amazônia e a zona semiárida e agreste que se estende até de novo encontrar os sistemas dos outros grandes rios brasileiros — pequenos senhores feudais que não prestam vassalagem ao grande rei equatorial — apresenta-se larga faixa intermédia, onde a selva se dilui e uma cunha de floresta monótona ou submonótona, de tipo tropical marca as lindes naturais à selvageria, ao luxo, à anarquia florística — sadia, esmagadora e sempre verde da primeira, e à pobreza, ao disperso, ao sarçal, à catanduva, à vegetação caduca do Nordeste. É o Maranhão, em parte amazônico, em parte quase nordestino, e os hábitos aí estabelecem a mesma transição, na dependência da natureza: é ainda grande parte das comunicações feita por via fluvial; são os frutos perfumados do equador, para os quais o olfato concorre tanto como o paladar no saborear lento e sensual: é muito da cozinha; é a própria indumentária que vai da falta quase absoluta de roupa do caboclo e do mameluco anfíbios das locandas ribeirinhas ao trajar (se é que se pode chamar assim) mais de acordo com os pontos secos.