CAPÍTULO V
ALAGOAS E SÃO SALVADOR
Perdida entre Bahia e Pernambuco, afogada pelo prestígio dos dois grandes centros nortistas, ficava Alagoas como que à margem dos roteiros, desprezada e esquecida e, não fosse Gardner, nem menção teríamos de sua existência nos diários de todos os nossos visitantes, e a modesta Maceió, que ainda hoje não logra ser escala obrigada da cabotagem, era naquele tempo simples expressão geográfica sem maior valia. Abre a gente o mapa do Brasil, marca o roteiro das expedições científicas, em que se sucedem Maximiliano de Wied, Swainson, Spix e Martius, Langsdorff, Natterer, Saint Hilaire, Castelnau, Gardner, Wells, Mawe, Walsh, Burton, Ehrenreich (sem falar nos que se limitaram ao extremo norte, como Wallace, Bates, Schomburgh e Spruce), e, com exceção de Gardner, todas as linhas deixam Alagoas como terra incógnita (tendo Swainson visitado a parte ocidental, mas sem deixar escrita nenhuma observação).
Em 1838 não havia navios maiores, entre Pernambuco e Alagoas, embarcando Gardner em um bote que transportava mercadorias e que ele assim descreve: "barco de uns quarenta pés de comprimento e três de largura, escavado num só tronco