O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

CAPÍTULO XIII

O ESCRAVO

Todos estes viajantes ingleses que aqui estiveram no tempo da escravidão, e alguns com sinceridade, outros com hipocrisia, deixaram suas impressões sobre a grande mancha duplamente negra de nossa população. São, porém, escassos tais depoimentos, já proficuamente consultados, servindo de cabedal a concienciosos estudos sobre o nosso escravo, que se acumularam nos últimos anos em preciosa literatura afro-brasileira. Escrevo este capítulo final apenas para não deixar incompleta a visão anglo-saxônica sobre o Brasil monárquico, não pretendendo comentar as suas impressões, pois outros melhor e mais autorizadamente o realizaram.

Não é meu intuito fazer síntese geral do problema, limitando-me, simples alvanel, a trazer as pedras que outros aproveitarão.

Dá-nos Wallace a notícia de dois grupos de escravos que visitou: — na ilha Mexiana e no rio Guamá, ambos pertencentes a bons senhores. Da Mexiana escreve: "Toda a população da ilha é de umas 40 pessoas, das quais 20 são escravos, e os restantes negros livres e índios, a serviço dos proprietários. Os escravos e trabalhadores recebem somente farinha, mas podem cultivar milho e vegetais para seu uso, e têm polvora e chumbo para