O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

CAPÍTULO IX

SÃO PAULO, OURO PRETO e RIO GRANDE

Sobre São Paulo, orgulho e assombro de todos os brasileiros — a São Paulo do progresso vertiginoso e rival da Metrópole — escasseiam as impressões dos visitantes britânicos, e teremos, por isso, de cingir-nos ao que era a Pauliceia de começos do século XIX, tal como a viram, quase de relance, Mawe e Henderson, e às poucas páginas de Hadfield em sua segunda viagem à América do Sul (1868). Para Porto Alegre a mesma penúria de referências, relativas apenas aos anos de estadia de D. João VI no Brasil, sendo aqui os nossos informantes Luccock e Henderson. A velha Vila Rica, mais por sua posição no centro de mineração do ouro, que pelas invocações de sua história, atraía os ingleses, e a ela se reportam Mawe e Luccock, Caldcleugh e Walsh, Gardner e Burton, dando-nos a conhecer a vida da capital mineira num período de quase sessenta anos.

Em 1809 escreve Mawe: "São Paulo está situada numa pitoresca elevação de cerca de duas milhas de extensão, cercada de três lados por alagadiços, banhados por pequenos ribeiros, que quase a insulam na estação chuvosa, e está ligada ao planalto por estreito espinhaço. Sobre esses riachos há várias pontes, umas de pedra (três muito boas, precisa Henderson), outras de madeira,