CAPÍTULO I
OS QUE VIRAM E O QUE VIRAM
Um poeta escreveu:
A Inglaterra é um navio
que Deus na mancha ancorou
E os passageiros dessa grande nau assim imobilizada não se resignaram à quietude de um ancoradouro, e fizeram-se ao largo, levados por todos os ventos, espalhando-se por todos os mares, busca das mais remotas plagas, como conquistadores... como curiosos... como turistas... numa ânsia nunca satisfeita.
No recesso mais íntimo de florestas impérvias como no mais alto cimo das alcantiladas cordilheiras; do calor asfixiante das regiões equatoriais aos gelos eternos dos círculos polares; nas cidades mais bulhentas como nos mais ermos desertos, sempre estará, segundo a imagem feliz de Euclides da Cunha, como um ponto de exclamação, um filho da Grã-Bretanha.
Compreende-se, portanto, essa curiosidade pelo Brasil, pela terra que Portugal escondia aos olhos dos outros povos com ciúmes de mouro. Como diz Lindley, um de nossos primeiros visitantes dos alvores do século passado, qualquer tentativa para obter-se informação sobre o Brasil era