O Brasil visto pelos ingleses. Viajantes ingleses.

CAPÍTULO II

DE BELÉM A MANAUS

Os três grandes naturalistas ingleses que visitaram a Amazônia — Bates, Spruce, Wallace — aí estiveram ao mesmo tempo, por volta de 1850, de modo que suas impressões sobre o Brasil equatorial não podiam deixar de ser uniformes. Da evolução de Belém, num decênio, nos dá conta Bates, que se deixou aqui ficar por mais dilatado prazo. É natural que haja nos seus livros muito mais referências à natureza, em toda sua exuberância e variedade, que ao homem. Aliás tanto o livro de Bates - O naturalista no rio Amazonas - como o de Spruce - Notas de um botânico sobre a Amazônia - outra coisa não prometem.

Com um ano de diferença (Bates e Wallace 28 de Maio de 1848 e Spruce a 12 de Julho de 1949) chegam os naturalistas em frente a Belém de madrugada e os três rivalizam no entusiasmo.

"Quando amanheceu, via-se distintamente diante de nós a cidade do Pará, numa linha de casas de magnífica aparência, estendendo-se ao longo da margem direita do rio, da igreja de Santo Antonio, à esquerda, até a catedral, à direita", escreveu Spruce.

"Quando o sol nasceu num céu sem nuvens", diz Wallace, "a cidade do Pará, cercada pela floresta densa e coroada de palmeiras e bananeiras,