todo mundo é um pouco fetichista da virtude mágica do Estado...
Assim, o mecanismo governamental, em todos os seus aparelhos, é não somente um núcleo de vida intelectual — em certos ramos, como na política, quase exclusivo — senão também o centro de onde saem, em grande parte, os recursos para a atividade cerebral do país.
Da seleção da sociedade dos governantes, como da maior ou menor intensidade e liberdade de ação deste centro, depende, em alta escala, o grau de aperfeiçoamento e de produção da inteligência nacional.
É um fato, uma fatalidade, talvez, da nossa época, e dos países novos sobretudo, contra o qual não há que protestar.
Se os governantes abrem as portas de seus gabinetes e dão acesso às capacidades, o país ganha em riqueza intelectual; se apertam o círculo, por estreiteza de vistas ou por intolerância, as forças dispersam-se, aniquilam-se, e não só o próprio governo torna-se um instrumento de incapazes, como as boas inteligências perdem uma força prática de arrimo e de animação.
É um grave problema este, tão importante como os mais importantes da economia material, que pede a atenção dos responsáveis pelo nosso futuro: um governo que se preocupar com a economia dos dinheiros públicos, deve preocupar-se com a utilização dos valores intelectuais do país.
O processo de escolha do pessoal que nos dirige é o mais vicioso possível; e chega a surpreender como dessas singulares oligarquias, dominadas pelo critério dos mais dispersivos caprichos e