e propaga ilusões; que se irrita e abespinha com questiúnculas internacionais; que se expande em flores de retórica, sobre nossas grandezas; que acredita na eficácia de uma propaganda artificial de nossas riquezas, à moda de bufarinheiros, enquanto a vida nacional sofre crises econômicas, e vamos edificando uma civilização de palácios, ao lado de regiões desertas, esterilizadas e entregues a pântanos; que não vê a deterioração do capital territorial do país, obra de uma audaz exploração intensiva com esgoto da terra; que vai deixando arruinar-se uma das nossas melhores indústrias — a da borracha — entregue à devastação inconsciente dos seringueiros, enquanto a Inglaterra funda na Índia, sobre bases industriais inteligentes, uma temerosa cultura concorrente, que só cogita de importar colonos estrangeiros, enquanto a maioria dos brasileiros definha na indolência, por falta de terras; que tem encravado em nosso território núcleos coloniais, onde se perpetuam línguas e costumes alheios e onde governos estrangeiros já subsidiam escolas, projetam subsidiar outras, e começam a exercer uma espéie de fiscalização política, à semelhança da ação consular, nas escalas do Oriente — a este patriotismo cumpre substituir um patriotismo calmo, sensato, que, sem se inquietar com as "mofinas", que nossos êmulos espalham na imprensa europeia, se ocupe, antes de pedir mais homens e mais dinheiro, ao velho continente, de valorizar os homens e as riquezas que possuímos.
Porque — e este é um ponto capital a fixar — a natureza e a sorte de nossa terra e do nosso povo eram uma incógnita para nós mesmos.