deve entender por "pátria"; a própria noção de pátria pode retratar uma realidade objetiva: o povo com sua terra, ou sua imagem subjetiva.
Se fosse possível dar a um selvagem africano uma noção aproximada da ideia que ligamos à palavra "pátria", pedindo-lhe que nos dissesse como a compreendia, é quase certo que ele nos representaria a sua imagem referindo-a ao "totem" de sua tribo, o animal que, segundo os prejuízos míticos da religião de todos os povos primitivos, representa o antepassado comum da tribo. Um bárbaro, um pouco mais avançado na civilização, ligaria a palavra à noção da comunidade presidida pelo Deus que a conduziu, que a amparou e a protegeu, nas viagens de migração e lhe doou a terra que habita. Para um romano ou para um grego, a pátria era a terra demarcada, como a área de Cartago pelo couro de Dido, ao reflexo da auréola dos deuses de seu povo, e santificada pela memória dos antepassados.
Assim, do "totem" à Divindade, a veneração pelo antepassado exprimia realmente o laço que ligava os homens entre se e à terra habitada. O "totem" foi o animal, transformado em homem, e que o homem divinizou por sentimento de veneração; para os indivíduos de uma era mais próxima, o herói, o semideus, o deus, fora também o primeiro homem, forte como nenhum outro, que, com sua robustez — dom gracioso de um nume das florestas —, ou graças a uma aventura qualquer, conquistara o poder supremo sobre uma raça inferior, ou fundara um povo de eleitos.
A síntese da religião, que reuniu a princípio todas as concepções mentais do homem, como depois a filosofia, dominava a ideia de pátria, filiando-a