Com o desenvolvimento da ambição, fundada no trabalho, apura-se o zelo pela sorte da família: o sentimento humano — disperso, até então, por toda espécie de crenças — torna-se objetivo, concentrando-se nos laços das afeições reais; o amor vai absorvendo a fé; a divindade vivifica-se nas diversas formas do ideal, que, para as almas mais simples, se resume no problema da sorte dos filhos.
Às seduções da aventura sucede a ambição de segurança, de tranquilidade, de paz, bases únicas do trabalho contínuo e previdente.
O ambiente dos costumes e das ideias começou a saturar-se de um espírito de harmonia, de comércio, de indústria, de solidariedade. No lugar onde nos instalamos, se nem sempre se contempla a árvore secular que relembra a memória paterna, olha-se, com mais carinho, para os rebentos que hão de seguir a vida dos pósteros. A emoção estética da pátria representa-se numa imagem primaveril, em lugar da imagem outoniça, que atraía o olhar de nossos pais. Costumes mais brandos e humanos, leis mais liberais, garantias mais sólidas para os direitos e para o desenvolvimento moral e econômico, formam uma atmosfera simpática, iluminada pela impressão otimista da esperança.
Da noite de terror que cercou o berço do homem primitivo, as idades marcharam para nossos dias, até a aurora em que despertamos. O passado foi conduzido pelo pânico, para o mistério sobrenatural e para a luta à mão armada; o presente é conduzido pela esperança, para as realidades tranquilas da vida. É que o homem começou a conhecer a Terra, a descobrir-lhe os segredos,