Não é hipótese para desprezar-se que o centro e o sul da África - separados da África do Norte, da Ásia e da Europa, depois do último período glacial, pelo extenso deserto que ainda hoje isola essas regiões, e ignorados durante o longo período da fase histórica da Humanidade — tenham representado, em começo e antes dessa fase, o mistério de uma civilização de todo perdida. Seus habitantes formariam, assim, não um tipo primitivo fixado, mas o retrocesso de um antigo tipo mais elevado. A África Central e a Meridional são bastante vastas, para que a hipótese da fixação de um tipo selvagem primitivo, próprio de pequenas ilhas isoladas, possa ser aceita sem objeção.
A narração feita pelo cartaginês Hanno de sua viagem pela costa ocidental da África, no V ou VI século antes de Cristo, faz referência ao uso de instrumentos de música por alguns de seus habitantes, que já indicam um certo grau de desenvolvimento. Em mais de uma zona da África continental e de suas ilhas, as populações atuais, ainda as de cor negra, não são descendentes de habitantes primitivos, mas de imigrados de várias origens.
No centro da África, ruínas e outros indícios de civilização provam a antiga existência de cidades e núcleos bastante avançados. Se tal civilização foi obra de primevos ou de povos imigrados, é indiferente, desde que estes pertenciam a raças também até há pouco consideradas inferiores.
Etíopes, núbios e líbios tiveram, na civilização egípcia, posição destacada; cooperaram com fenícios e gregos e depois com muçulmanos na criação e no desenvolvimento da civilização mediterrânea