Na Índia, por sua vez, se os habitantes primitivos do solo, arremessados pelos árias para as montanhas, ficaram, no período bramânico e budista, degradados e selvagens, passaram, depois do muçulmano, a se mesclar com as outras raças, e começam a enfrentar o poder da metrópole britânica, reclamando os direitos e autonomias de colônia livre.
Quanto ao nosso autóctone, para cuja ascendência a hipótese de uma antiga civilização não é apoiada por nenhum dado positivo, apesar de irritada a sua selvageria pela perseguição dos colonos, os casos de civilização, e, melhor do que isso, os tipos de descendentes cultos, espalhados em nossa sociedade, demonstram a perfeita idoneidade da raça para a cultura social.
Primitivos, ou decadentes, os representantes destas raças não são nem incapazes, nem degenerados.
Seria simples pretensão de vaidosa nobreza étnica afirmar que o brasileiro negro ou índio é inferior ao branco. Mais de uma memória ilustre protesta contra a sentença de incapacidade dos nossos negros; e, entre os nossos políticos e escritores eminentes, seria fácil apontar dezenas de figuras em que a mescla de sangue africano ou índio se denunciava nos traços fisionômicos.
O colono europeu, salvo nas regiões temperadas do país, bastante vastas, felizmente, atravessa, sem degenerar, mas com visível transformação dos caracteres, um período de luta pela adaptação. Depois deste período o tipo branco brasileiro conserva, com a evidente transformação, tanta robustez como o seu similiar europeu, encontrando, na doçura e uniformidade do clima, condições de vitalidade